Uma situação curiosa marcou os bastidores da novela 'Terra Nostra', exibida originalmente em 1999. A personagem Maria do Socorro estava prestes a deixar a trama quase na reta final, uma decisão que quase mudou completamente o destino da família de Gumercindo, papel de Antonio Fagundes, mas foi poupada diante da aceitação do público.
No roteiro original do folhetim reexibido na Faixa Especial da Globo, a personagem de Débora Duarte morreria no parto ao dar à luz o filho homem esperado, aquele que Gumercindo tanto desejava para ser o herdeiro e futuro responsável pelas terras e negócios da família.
O fazendeiro já tinha duas filhas, Rosana (Carolina Kasting) e Angélica (Paloma Duarte), mas alimentava o sonho de ter um menino, o que refletia o pensamento machista da época retratada pela novela.
Benedito Ruy Barbosa considerou fielmente matar a personagem no momento do parto, mantendo a criança viva. No entanto, o autor, porém, acabou voltando atrás. O motivo? A comoção do público e o talento de Débora Duarte, que deu à personagem uma força silenciosa e uma ternura que conquistaram os telespectadores.
Maria do Socorro, que inicialmente seria apenas uma figura discreta e submissa, ganhou relevância e empatia, tornando-se uma das personagens mais queridas da novela.
Com anos de carreira, Débora Duarte foi elogiada pelo público, conquistando o prêmio de melhor atriz de TV em 1999 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
Logo, Maria do Socorro sobreviveu ao difícil parto, vivendo o desfecho feliz ao lado do marido e das filhas — um final que representou não apenas uma vitória da personagem, mas também da força feminina que ela simbolizava dentro de uma sociedade patriarcal e conservadora.